terça-feira, 31 de agosto de 2010

" The price of worrying about what might be and what might have been is missing what is" foi a frase que me ocorreu hoje quando regressei a casa no comboio superlotado.

Tenho pensado demasiado naquilo que poderia estar a fazer se não estivesse "presa" na cidade.
Poderia estar a apanhar uma onda. Poderia estar a caminhar na areia fria e ouvir as minhas bandas preferidas. Poderia estar sentada na praia e ler um bom livro.
Poderia poderia poderia. Poderia não me preocupar?!

Tenho a noção que não posso continuar a ter o mar e a praia como condição necessária para ser feliz. Afinal estão só a quarenta minutos de casa...
E há outros cantos interessantes neste planeta. Outras fontes de felicidade.
Como uma livraria cheia de bons livros a preços bem acessíveis. A ideia de frequentar um curso de escrita criativa. Um passeio espontâneo pelo Zoo. Receber mensagens de novos amigos.

 Abrir a mente a novas possibilidades é a verdadeira condição para a felicidade.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Melbourne

Alegria. Stress. Ansiedade. Confusão. Perplexidade. São inúmeras as emoções que leio na cara das pessoas que passam por mim.
Mas um sentimento predomina: a anomia. 
Como peixes, centenas de crianças, mulheres e homens infiltram-se no fluxo nervoso de Melbourne.
A cidade da cultura, da arte, da moda e da literatura. A cidade que fica demasiado longe da costa para ser realmente feliz.

sábado, 10 de julho de 2010

Caminhos

Tocou. Saímos da aula com um sorriso na cara. Incrédulas pensámos " a escola terminou". Para sempre.
"Ainda faltam os exames!" foi a frase que interrompeu a felicidade plena que sentia naquele momento.
-"Sim sim, os exames...mas daqui a duas semanas tudo acabou" foi o que respondi e, na verdade, passou tudo num instante.

Algumas semanas depois olharia para este tempo com algumas saudades. Não sinto falta das horas passadas sentada numa cadeira desconfortável nem do sentimento de ter tudo controlado, sobretudo o tempo.
No entanto não posso dizer que foi um mau tempo. Gosto de aprender e de ouvir coisas novas. Observar o que é que se passa à minha volta. Ter uma rotina em comum com pessoas que se tornaram quase irmãs para ti. E saber que se está quase a atingir o objectivo final. Concluir o 12º com sucesso.

E agora?

Que caminho é que irei seguir? Para onde devo ir?
Os meus sonhos mudam diariamente e, com eles, os meus objectivos e ideais. 

 Quero realmente fazer parte desta sociedade em que a felicidade só parece ser atingível com dinheiro? Em que não se tem tempo para nada, nem mesmo para pensar se estamos no caminho certo que nos levará aos nossos objectivos? Mas qual é a minha alternativa? Viver afastada de tudo e de todos?

Não. Penso que a vida deve ser vista como um livro. As suas páginas estão vazias, somos nós que as preenchemos. Cada capítulo corresponde a uma fase da nossa vida. Cabe nos a nós recolher sensações, ideias, imagens, experiências e acontecimentos que farão de meras páginas vazias um livro.
No entanto, como todos os autores, não estamos indiferentes ao que acontece ao nosso redor. 
O que é que o nosso vizinho escreveu no seu livro? E os nossos amigos, os nossos pais, os políticos, os economistas, os médicos, os filósofos???
Temos acesso a esses livros, podemos consultá-los sempre que desejamos. Podemos copiar o que está lá escrito. Claro que podemos. Mas também podemos reinventar e reinterpretar as frases dos outros.

Ou então escrever alguma coisa completamente nova. Diferente. Inovadora.Algo que reflicta a nossa personalidade, os nossos sonhos e princípios.
Para fazê-lo ou , ao menos tentá-lo, vou partir para uma viagem em que possa recolher novos cheiros, novas perspectivas, novas paisagens, novas mentalidades e novas culturas. Para começar a escrever o MEU livro.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

...

O pensamento «não sei» domina todos os outros. Há um nevoeiro constante.
Tenho demasiados «porquês» dentro de mim, demasiados «porquês» não respondidos, demasiados planos, demasiadas fantasias.

Todos esses «demasiados» são pesados como pedras. 
Pedras que lentamente esmagam a tranquilidade em mim.

E com ela a inspiração.
Por isso, escrita, vais ter de esperar até a tempestade apaziguar.