quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Memórias

 
Coimbra, Setembro 2009.


Permanecerás apenas uma memória?
Vi-te a ti e a tua história. As badaladas dos teus sinos levaram-me para tempos longínquos.
Lembras-me ao passado, aos grandes escritores e aos mistérios da literatura. 
Agora lembras-me ao intra-rail, à pousada de juventude e a passeios em que os olhos estavam cansados de absorver tantas impressões.
Lembras-me à ideia que se formou na minha cabeça quando vi a Faculdade de Letras.




Centra-te no presente, não vivas no ontem nem no amanhã.
 Oh ,amaria que essa frase fizesse sentido.

Afinal nosso hoje é aquilo que o vento trouxe do passado. E esse vento tem uma direcção específica: o amanhã.
O hoje é o quê, então? Memórias? Planos para o futuro?  O vento??


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Escrever

Estou sentada na cama com o portátil apoiado nas minhas pernas que já estão a ficar dormentes. Estou cheia de ‘pensamentos’. Quando a minha cabeça está assim preciso de escrever. Alivia-me, é como se os pensamentos se transformassem em tinta que pode ser gasta ao escrever. O problema é que essa «caneta» por vezes falha, sobretudo quando exercemos muita pressão sobre ela.
Ah sim, a minha caneta falha sempre quando sinto pressão. Não sai aquilo que quero, a tinta, os pensamentos, parecem ficar presos no interior da caneta. O que fica marcado no papel não são portanto os pensamentos mas sim palavras vazias e desesperos invisíveis.
Às vezes pergunto-me como é que uma pessoa escreve….como é que isso acontece? Não é como falar, não. Para mim é uma coisa completamente diferente. Antes de falar costumo pensar..hmm mas antes de escrever não penso em nada. Simplesmente flui. Não tenho planeado como é que hei-de começar nem como haverei de terminar. As ideias surgem-me à medida que for movendo a caneta sobre o papel (ou os dedos sobre as teclas do computador). Parece que há uma ligação inseparável entre o cérebro, o subconsciente e as mãos. Tenho a impressão que as veias ditam-me aquilo que devo escrever. Sim, sinto uma pequena vibração nas veias da mão direita quando escrevo. Quando «penso» sinto vibrações nas veias do braço esquerdo. Costumo dizer que as minhas veias esquerdas vêm do coração e as veias direitas vêm do cérebro. Um bom texto tem de envolver as duas veias, as «sentimentais» e as «racionais» senão o texto ou é lamechas ou seco e duro. Eu sei, deves achar que sou maluca, mas não são puras invenções, vais percebê-lo se tentares «sentir» as tuas veias.
Hmm também gostaria de saber porque é que me desvio sempre do meu objectivo inicial. Queria contar alguma coisa sobre as férias, sobre as pessoas que conheci e reconheci, sobre o intra-rail, sobre tanta coisa…mas não, não consigo escrever um texto normal.
Talvez porque não penso antes de escrever?
(Hoje não é definitivamente o meu dia de escrever por isso deixo o relato das minhas férias para outro dia)

domingo, 13 de setembro de 2009

Passos longínquos

Acho que já sou demasiado «portuguesa».
Saudades , palavra maldita que não existe em mais nenhuma língua, tu és a culpada. É tão fácil dizer tenho saudades tuas, tenho saudades da chuva, tenho saudades das ondas. O que me assusta é que é ainda mais fácil senti-las.
Dizer que alguma coisa acabou é uma das coisas mais dificeís que existe no mundo.
E quando se diz « acabou» sentimos imediatamente um nó atado com as mais diversas recordações na zona do peito. Ah, é um nó que não parece ter sido feito para ser desatado.