terça-feira, 8 de março de 2011

Não sentia o sol escaldante na pele. Não sentia o cheiro a relva acabada de ser cortada. Não sentia o sabor doce da melancia. Não sentia. Pensava.
Pensava no perigo que o sol  constitui para a sua pele. Pensava no salário que os pobres jardineiros iriam  obter pelo seu trabalho árduo. Pensava no quão bem a sua dieta estava a correr.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

" The price of worrying about what might be and what might have been is missing what is" foi a frase que me ocorreu hoje quando regressei a casa no comboio superlotado.

Tenho pensado demasiado naquilo que poderia estar a fazer se não estivesse "presa" na cidade.
Poderia estar a apanhar uma onda. Poderia estar a caminhar na areia fria e ouvir as minhas bandas preferidas. Poderia estar sentada na praia e ler um bom livro.
Poderia poderia poderia. Poderia não me preocupar?!

Tenho a noção que não posso continuar a ter o mar e a praia como condição necessária para ser feliz. Afinal estão só a quarenta minutos de casa...
E há outros cantos interessantes neste planeta. Outras fontes de felicidade.
Como uma livraria cheia de bons livros a preços bem acessíveis. A ideia de frequentar um curso de escrita criativa. Um passeio espontâneo pelo Zoo. Receber mensagens de novos amigos.

 Abrir a mente a novas possibilidades é a verdadeira condição para a felicidade.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Melbourne

Alegria. Stress. Ansiedade. Confusão. Perplexidade. São inúmeras as emoções que leio na cara das pessoas que passam por mim.
Mas um sentimento predomina: a anomia. 
Como peixes, centenas de crianças, mulheres e homens infiltram-se no fluxo nervoso de Melbourne.
A cidade da cultura, da arte, da moda e da literatura. A cidade que fica demasiado longe da costa para ser realmente feliz.

sábado, 10 de julho de 2010

Caminhos

Tocou. Saímos da aula com um sorriso na cara. Incrédulas pensámos " a escola terminou". Para sempre.
"Ainda faltam os exames!" foi a frase que interrompeu a felicidade plena que sentia naquele momento.
-"Sim sim, os exames...mas daqui a duas semanas tudo acabou" foi o que respondi e, na verdade, passou tudo num instante.

Algumas semanas depois olharia para este tempo com algumas saudades. Não sinto falta das horas passadas sentada numa cadeira desconfortável nem do sentimento de ter tudo controlado, sobretudo o tempo.
No entanto não posso dizer que foi um mau tempo. Gosto de aprender e de ouvir coisas novas. Observar o que é que se passa à minha volta. Ter uma rotina em comum com pessoas que se tornaram quase irmãs para ti. E saber que se está quase a atingir o objectivo final. Concluir o 12º com sucesso.

E agora?

Que caminho é que irei seguir? Para onde devo ir?
Os meus sonhos mudam diariamente e, com eles, os meus objectivos e ideais. 

 Quero realmente fazer parte desta sociedade em que a felicidade só parece ser atingível com dinheiro? Em que não se tem tempo para nada, nem mesmo para pensar se estamos no caminho certo que nos levará aos nossos objectivos? Mas qual é a minha alternativa? Viver afastada de tudo e de todos?

Não. Penso que a vida deve ser vista como um livro. As suas páginas estão vazias, somos nós que as preenchemos. Cada capítulo corresponde a uma fase da nossa vida. Cabe nos a nós recolher sensações, ideias, imagens, experiências e acontecimentos que farão de meras páginas vazias um livro.
No entanto, como todos os autores, não estamos indiferentes ao que acontece ao nosso redor. 
O que é que o nosso vizinho escreveu no seu livro? E os nossos amigos, os nossos pais, os políticos, os economistas, os médicos, os filósofos???
Temos acesso a esses livros, podemos consultá-los sempre que desejamos. Podemos copiar o que está lá escrito. Claro que podemos. Mas também podemos reinventar e reinterpretar as frases dos outros.

Ou então escrever alguma coisa completamente nova. Diferente. Inovadora.Algo que reflicta a nossa personalidade, os nossos sonhos e princípios.
Para fazê-lo ou , ao menos tentá-lo, vou partir para uma viagem em que possa recolher novos cheiros, novas perspectivas, novas paisagens, novas mentalidades e novas culturas. Para começar a escrever o MEU livro.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

...

O pensamento «não sei» domina todos os outros. Há um nevoeiro constante.
Tenho demasiados «porquês» dentro de mim, demasiados «porquês» não respondidos, demasiados planos, demasiadas fantasias.

Todos esses «demasiados» são pesados como pedras. 
Pedras que lentamente esmagam a tranquilidade em mim.

E com ela a inspiração.
Por isso, escrita, vais ter de esperar até a tempestade apaziguar.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Memórias

 
Coimbra, Setembro 2009.


Permanecerás apenas uma memória?
Vi-te a ti e a tua história. As badaladas dos teus sinos levaram-me para tempos longínquos.
Lembras-me ao passado, aos grandes escritores e aos mistérios da literatura. 
Agora lembras-me ao intra-rail, à pousada de juventude e a passeios em que os olhos estavam cansados de absorver tantas impressões.
Lembras-me à ideia que se formou na minha cabeça quando vi a Faculdade de Letras.




Centra-te no presente, não vivas no ontem nem no amanhã.
 Oh ,amaria que essa frase fizesse sentido.

Afinal nosso hoje é aquilo que o vento trouxe do passado. E esse vento tem uma direcção específica: o amanhã.
O hoje é o quê, então? Memórias? Planos para o futuro?  O vento??


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Escrever

Estou sentada na cama com o portátil apoiado nas minhas pernas que já estão a ficar dormentes. Estou cheia de ‘pensamentos’. Quando a minha cabeça está assim preciso de escrever. Alivia-me, é como se os pensamentos se transformassem em tinta que pode ser gasta ao escrever. O problema é que essa «caneta» por vezes falha, sobretudo quando exercemos muita pressão sobre ela.
Ah sim, a minha caneta falha sempre quando sinto pressão. Não sai aquilo que quero, a tinta, os pensamentos, parecem ficar presos no interior da caneta. O que fica marcado no papel não são portanto os pensamentos mas sim palavras vazias e desesperos invisíveis.
Às vezes pergunto-me como é que uma pessoa escreve….como é que isso acontece? Não é como falar, não. Para mim é uma coisa completamente diferente. Antes de falar costumo pensar..hmm mas antes de escrever não penso em nada. Simplesmente flui. Não tenho planeado como é que hei-de começar nem como haverei de terminar. As ideias surgem-me à medida que for movendo a caneta sobre o papel (ou os dedos sobre as teclas do computador). Parece que há uma ligação inseparável entre o cérebro, o subconsciente e as mãos. Tenho a impressão que as veias ditam-me aquilo que devo escrever. Sim, sinto uma pequena vibração nas veias da mão direita quando escrevo. Quando «penso» sinto vibrações nas veias do braço esquerdo. Costumo dizer que as minhas veias esquerdas vêm do coração e as veias direitas vêm do cérebro. Um bom texto tem de envolver as duas veias, as «sentimentais» e as «racionais» senão o texto ou é lamechas ou seco e duro. Eu sei, deves achar que sou maluca, mas não são puras invenções, vais percebê-lo se tentares «sentir» as tuas veias.
Hmm também gostaria de saber porque é que me desvio sempre do meu objectivo inicial. Queria contar alguma coisa sobre as férias, sobre as pessoas que conheci e reconheci, sobre o intra-rail, sobre tanta coisa…mas não, não consigo escrever um texto normal.
Talvez porque não penso antes de escrever?
(Hoje não é definitivamente o meu dia de escrever por isso deixo o relato das minhas férias para outro dia)

domingo, 13 de setembro de 2009

Passos longínquos

Acho que já sou demasiado «portuguesa».
Saudades , palavra maldita que não existe em mais nenhuma língua, tu és a culpada. É tão fácil dizer tenho saudades tuas, tenho saudades da chuva, tenho saudades das ondas. O que me assusta é que é ainda mais fácil senti-las.
Dizer que alguma coisa acabou é uma das coisas mais dificeís que existe no mundo.
E quando se diz « acabou» sentimos imediatamente um nó atado com as mais diversas recordações na zona do peito. Ah, é um nó que não parece ter sido feito para ser desatado.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Tocar ou não tocar.




UMA ONDA
queremos que seja especial,
que nos leva consigo, e que nos faça sentir a vida e perceber porque é que vivemos.
remamos para apanhá-la

algumas vezes é facil outras vezes menos
sera que vais conseguir?
és o unico que quer apanhá.la?
nao vai fechar?

Quando entraste na onda já não há saida
ás vezes é curta ...é uma como todas
outras vezes esquecemos tudo à nossa volta
parece que so existimos nós e o mar e desejamos que este momento dure para sempre.
sem saber porquê ficamos com um sorriso patético na cara.

a prancha faz com que exista algo que nos separa da água.

só nos tubos é que tocamos na água
mas...não apanhamos tubos todos os dias e
nem sempre as condiçoes favorecem para isso.


contudo, no momento em que estamos envolvidos pela água, acontece algo inexplicável.
Intenso, único e aparentemente duradoiro.



Mas como tudo na vida , a onda acaba por ser aquilo que era, uma porção de água
deixou em nós um sentimento
---frustração por teres esperado mais dessa onda, supreenção porque fizeste uma coisa que nunca tinhas conseguido fazer antes


ou simplesmente felicidade porque sentiste a vida num só minuto, a felicidade que é o petróleo do teu motor "vida":

Trabalhar? Porquê???




Pergunto-me se a vida foi feita para trabalhar. Acordar e ter uma rotina predefinida, imutável.
Tem de existir mais algum sentido nesta vida. Comer, dormir e reproduzir-se são os três princípios básicos dos animais. E para os humanos, também?
Claro. Cada vez mais sinto que a nossa vida já não é guiada pela necessidade de adquirir alimentos ou encontrar um parceiro (esta última talvez, mas de certeza que essa procura não tem como objectivo principal criar uma família...). Não, hoje seguimos alguma outra coisa. Sim, seguimos as nossas emoções mais do que nunca.
Como cheguei a essa conclusão? Bem, estou a trabalhar e costumo ter a cabeça bastante vazia. Às vezes quando limpo os copos penso na razão pela qual estou a “desperdiçar” a minha noite com um pano na mão em troca de um conjunto de papel colorido. Sim, porquê? Porque quero viajar responde a minha consciência. Este ano quero descobrir os cantinhos de Portugal e para o ano, o meu último ano como estudante do ensino secundário, quero conhecer a Europa. Como é que é possível fazer essas viagens? Com dinheiro, óbvio. E como chego a ter esse dinheiro? Trabalhando, a resposta não é muito dificíl de adivinhar.
Ok ok mas isso ainda não responde minha questão. Já sei que quero o dinheiro para viajar, mas porque é que quero viajar? Para ver outras árvores, outras caras, outras casas, outras ruas, cheirar outros ares, descobrir novos caminhos e diferentes culturas. Mas para quê isso tudo? Porque é interessante, sem dúvida, e porque tenho uma curiosidade enorme em descobrir isso tudo. Assim quero viajar porque eu gosto. E gostar é o quê? Sim consciência, é uma emoção.
Depois de ter chegado a essa conclusão (magnífica e super difícil) olhei à minha volta e tentei desvendar a razão pela qual os outros estão a trabalhar. Demorei-me na análise da mais frustrada de todas, a cozinheira, nova e com uma vida pela frente. Que razões teria ela para trabalhar? Dinheiro, claro. Para quê? Se ela nem tem um dia de folga…Para sobreviver, sem dúvida. Será que é daí que vem toda essa frustração? Porque não há motivação?
Causada por uma emoção?

domingo, 26 de julho de 2009

Vazios

Sinto tanta falta da minha Silvanazinha e da minha Cristiana :\

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Diário aberto??

Isto de ter um blog ainda é estranho para mim. Em primeiro lugar porque não gosto muito de publicar os meus textos. Quando eramos mais novas fechávamos o nosso diário à chave, hoje publicamos os nossos pensamentos ao Mundo inteiro. Não, ainda não me habituei a essa ideia. E provavelmente nunca o irei fazer...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tempo


Quase que já não sabia o que era ter tempo.Tive tantas saudades de acordar de manhã e simplesmente não ter de fazer nada.
O mais cansativo de todo o dia é talvez fazer o café de manhã ou fazer o caminho até à praia.
Amanhã vou surfar e, por mais incrível que me pareça, não vou ter de levar a "Aparição", nem "O quase fim do Mundo" , nem o livro de francês para preparar a oral.
Admito que o primeiro dia depois dos exames até me senti estranha. Estranhameente livre.
Já tinha limpado e arrumado o meu quarto, portanto não tinha mesmo nada de útil para fazer. Olhei para a minha estante de livros (frescamente arrumadinha haha) e vi um livro que tinha comprado já há algum tempo, "O meu Século" de Günter Grass, e, sem mais nada para fazer, comecei a lê-lo.
Sinceramente não gostei muito, desisti, primeiro porque o tema me lembrava demasiado à escola (história --') e segundo porque o livro era constituído por 100 diferentes históriazinhas contadas por 100 narradores diferentes.
Não gosto quando não me consigo identificar com as personagens nem com as suas histórias. Enfim, acabei por ir à praia, o que também não foi mau (:


Desde ontem estou a ler o quarto livro da saga Luz e Escuridão , "Amanhecer". Atrasada, como sempre- As minhas amigas fanáticas (haha desculpem) já o leram há muito mas eu adiava a sua leitura como todo o resto, não tinha tempo.
Ontem, porém, vi-o nas estantes lá no continente. Pensei no livro começado lá em casa e achei que não seria má ideia mudar de livro.
Fiquei um pouco contrariada quando a minha mãe o estampou como «literatura trivial» (sobretudo ela que tem centenas de livros sobre «como dirigir os fluxos de energia positiva para a nossa mente?»), mas não e importei.
Na verdade adoro aquela saga. Não sei porquê, normalmente até não gosto desse tipo de livros. Chamo-lhes livro de consumo e olhoos com um certo desdém (o que é um bocado nojento, eu sei) mas não sei, alguma coisa é diferente. Inspira-me. E entro no mundo da Bella e do Edward. é outro mundo, é sobretudo isso.

Bem, já nem sei porque é que comecei a escrever este post. Também não interessa. Ainda vou ter de teinar alguns anos para escrever posts interessantes, que sejam lidos haha
Enfiim, assim ao menos não me ocupa espaço no meu portátil rápidissimo (suponho ao menos)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Férias

Finalmente férias.
Verão, chegaste (:

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Exames

Estava a passar as dunas com a minha bicicleta e sentia o nevoeiro sobre o rio.
Estava a ouvir Pearl Jam, essa banda faz-me lembrar sempre ao ano em que comecei a surfar. Mas não era isso que me estava a preocupar naquele momento, não...eram os exames. Na minha mente estava apenas uma pergunta...porque é que temos de fazer exames? As aulas não são suficientes? O ministério não tem confiança na competência dos professores em atribuir notas justas?
Eu sei, todos os alunos devem perguntar-se isso... exames são cansativos, stressantes e supérfluos.
Está bem, até admito que este tipo de "revolta" é um bocado infantil...
mas para que é que nós fazemos exames, testes,...porque é que andamos na escola? Para termos boas notas e irmos trabalhar? E o trabalho, para que é que nos serve? Para ganhar o nosso pão,óbvio...Mas o pão serve para quê? Para nos alimentar, óbvio também. E para que é que nos temos de alimentar? PARA VIVER. Mas será que uma vida feita apenas de trabalho vale a pena? Não seria mais gratificante ter uma hortinha com algumas alfaces, algumas galinhas e uma macieira? Teríamos sem dúvida mais tempo para a família, para os amigos e para a natureza. Para quê então ganhar dinheiro? Para adquirir bens materiais. Fantástico. Será esse o sentido da vida?

De que nos servem então as boas notas? Olhei para os pescadores felizes, e pensei que ser pescadora até não era má profissão. Estar todos os dias em contacto com o mar e não ter que estar inserida nesta sociedade que se está a tornar cada vez mais mesquinha, hipócrita e «apodrecida»....oh, não sei, não sei.

O que é certo é que alguma coisa em mim diz-me que devo continuar. Quando tiver concluído os estudos talvez pense em «emigrar» para a natureza
.