segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Escrever

Estou sentada na cama com o portátil apoiado nas minhas pernas que já estão a ficar dormentes. Estou cheia de ‘pensamentos’. Quando a minha cabeça está assim preciso de escrever. Alivia-me, é como se os pensamentos se transformassem em tinta que pode ser gasta ao escrever. O problema é que essa «caneta» por vezes falha, sobretudo quando exercemos muita pressão sobre ela.
Ah sim, a minha caneta falha sempre quando sinto pressão. Não sai aquilo que quero, a tinta, os pensamentos, parecem ficar presos no interior da caneta. O que fica marcado no papel não são portanto os pensamentos mas sim palavras vazias e desesperos invisíveis.
Às vezes pergunto-me como é que uma pessoa escreve….como é que isso acontece? Não é como falar, não. Para mim é uma coisa completamente diferente. Antes de falar costumo pensar..hmm mas antes de escrever não penso em nada. Simplesmente flui. Não tenho planeado como é que hei-de começar nem como haverei de terminar. As ideias surgem-me à medida que for movendo a caneta sobre o papel (ou os dedos sobre as teclas do computador). Parece que há uma ligação inseparável entre o cérebro, o subconsciente e as mãos. Tenho a impressão que as veias ditam-me aquilo que devo escrever. Sim, sinto uma pequena vibração nas veias da mão direita quando escrevo. Quando «penso» sinto vibrações nas veias do braço esquerdo. Costumo dizer que as minhas veias esquerdas vêm do coração e as veias direitas vêm do cérebro. Um bom texto tem de envolver as duas veias, as «sentimentais» e as «racionais» senão o texto ou é lamechas ou seco e duro. Eu sei, deves achar que sou maluca, mas não são puras invenções, vais percebê-lo se tentares «sentir» as tuas veias.
Hmm também gostaria de saber porque é que me desvio sempre do meu objectivo inicial. Queria contar alguma coisa sobre as férias, sobre as pessoas que conheci e reconheci, sobre o intra-rail, sobre tanta coisa…mas não, não consigo escrever um texto normal.
Talvez porque não penso antes de escrever?
(Hoje não é definitivamente o meu dia de escrever por isso deixo o relato das minhas férias para outro dia)

7 comentários:

  1. Para mim, a resposta a isso é simples: ninguém O criou. Ele é tão subjectivo que não precisa de ser criado, apenas de ser encontrado. E cada um de nós O encontra, à sua maneira, na sua vida!

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  2. Extremamente lisonjeado com o teu elogio, obrigado (:

    Estou agora no primeiro ano de Economia, e tu?

    beijinho*

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  3. por acaso letras e história são ambas áreas pelas quais nutro um interesse enorme, mesmo! Mas a economia, não sei explicar, tem algo que me cativa, talvez o facto de estar na base de todas as acções humanas. e se fosse para letras ou assim ia sentir falta da matemática xD

    estou na Universidade do Minho, a melhor universidade do país. tu estás a estudar onde?

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  4. Para começar, claro que conheço Portimão; quem não conhece a praia da Rocha? então eu que a única coisa que realmente gosto no futebol é o futebol de praia xD

    Quanto aos erros dos economistas, eles não os cometem por ignorarem a história, cometem-nos por a conhecerem bem de mais. A repetição dos erros acontece porque na economia é assumido que existem ciclos económicos (ascensão, climax, depressão, crise, ascensão, etc)e esses ciclos podem ser mais curtos ou mais longos. O problema é que, aos que têm poder para decidir, convém que sejam mais curtos, porque dão mais lucro e crescimento a curto prazo (essencial para vencer eleições). Mas eu vou ser um economista mais direccionado para a esquerda (em termos políticos, um pouco mais à esquerda que o Manuel Alegre, ou seja, muito próximo do BE, mas um pouco menos radical xb
    Ah, e os erros que se repetem não são os de há 100 anos, é bem mais grave, são os de há pouco mais de 50 anos.

    Portugal, Portugal, é um país que eu amo, mas está numa situação que eu odeio. Não sou dos que pensa ir lá para fora para viver melhor. Sou dos que tem esperança em que pode fazer algo por um país melhor. Mas não ponho de fora a hipótese de ir viver uns anos lá para fora... e tu?

    E eu sei que é estranho, mas adoro línguas e matemática! acho que são duas partes que se completam. tipo, adoro língua portuguesa, devoro dicionários (leio-os de ponta a ponta e ando com um quase sempre), adoro aprender línguas (apesar de, por falta de tempo, ainda só estar a aprender a quarta), mas ao mesmo tempo, adoro lógica matemática, acho que tem muito que ver com a filosofia. tipo, não gosto de sistematização de exercícios e exercícios todos iguais; gosto daqueles que podem demorar um ano a ser feitos, mas que é preciso pensar!
    bem, acho que já estou a divagar xb

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  5. Eu não estava a corrigir nada, em economia nunca há uma resposta certa, há um milhão de respostas erradas, e algumas parcialmente certas, nunca há uma completaente certa, eu só estava a dizer aquilo que o pouco que observo me mostra. Um pouco como a minha leitura do real.
    Agora, o que tu dizes de ninguém inovar, é verdade, por um lado. Olha o caso americano. O Obama fez uma campanha fantástica com o mote da mudança, porém, desde que é presidente, nada mudou realmente. Agora, a questão é: será que ele queria mesmo mudar mas não conseguiu por causa das pressões e lobbys dos grandes empresários e políticos partidários e da oposição ou nunca teve essa intenção sequer? Pessoalmente, acredito mais na primeira: ele tinha mesmo intenção de mudar, mas é practicamente impossível, porque as bases da discórdia política já estão muito bem semeadas.
    A política só funcionava quando a oposição não servia para impedir aqueles que estavam no poder de fazer alguma coisa (como acontece nos EUA, não é o caso português, esse é bem mais complexo), mas sim para os impedir de ser asfixiantes e alertar para certos problemas. Alguém que veja a política actual pensa: isso nunca existiu! mas a verdade é que isso era precisamente o que acontecia na Antiga Grécia.

    Política.. por um lado é quase obrigatória para quem vai para economia, por outro lado, sou um apaixonado. Se bem que a política portuguesa neste omento não me "excita" minimamente. Não sei se vou seguir alguma coisa na política, não me identifico completamente com nenhum partido actual, mas vou continuar a ser um seguidor assíduo da política em Portugal e no mundo, isso é certo.

    Aproveitando a tua deixa, acho que o trabalho de um economista é muito parecido com o de quem lê e interpreta um poema, mas neste caso, o objecto de estudo, em vez do poema, é a sociedade, seus custumes e tendências do consumo, etc etc etc. É fascinante!

    É interessante a tua comparação entre a poesia e os números, no fundo, ao resolveres um problema matemático também estás a tentar entrar na mente de quem o criou.

    Ainda tens muito tempo para decidir para onde vais, como costumo dizer, até ao dia em que se morre, tem-se a vida toda pela frente xD

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  6. Quem me dera voltar a ter 18 anos...

    Parabéns pelo texto,
    Filipe de Arede Nunes

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  7. "Costumo dizer que as minhas veias esquerdas vêm do coração e as veias direitas vêm do cérebro."
    Sim, as tuas veias.. Já as conheci, em tempos..

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